terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Construção 2009: Crescimento menor e melhor


“Nosso mercado não sofrerá como os outros. Vamos continuar produzindo e vendendo, pois as pessoas precisam de imóveis.” A frase de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP o Sindicato da Habitação, resume o atual humor do setor imobiliário no país. Durante a divulgação do “Balanço do Mercado Imobiliário de São Paulo em 2008”, no dia 16 de dezembro, Petrucci e outros representantes do segmento avaliaram a crise econômica e suas conseqüências na construção brasileira. E elas não serão drásticas como alguns apontam. “Esperamos um crescimento sadio para 2009. Os anos de 2007 e 2008 estão muito acima da curva de crescimento”, diz Petrucci.


O equilíbrio na balança

Em 2007, o mercado lançou 39 mil unidades habitacionais na cidade de São Paulo. Até o final de 2008 devem ser 35 mil. E a previsão para o próximo ano é de 28 mil habitações. Um número próximo ao de 2006: 25 mil. O que representa um crescimento sustentado, diferente do que ocorreu em 2007 e 2008, quando os preços de insumos como aço e cimento subiram até 50%. Isso sem falar nos valores dos terrenos, superdimensionados. Os problemas nesses dois últimos anos se alastraram: “Faltou mão-de-obra e já estávamos usando operários de baixa capacidade. Também faltaram equipamentos nas obras. Vivíamos um ritmo além do desejado em relação à estrutura disponível”, lembra Alberto Du Plessis Filho, vice-presidente de tecnologia do Secovi-SP. E sugere: “Parece que agora o mercado vai se estabilizar e voltaremos a patamares saudáveis”.


As razões são claras, para os participantes do evento: demanda reprimida pela casa própria, classe média emergente, programas governamentais de incentivo à habitação e facilidade de crédito. Segundo João Crestana, presidente do Secovi-SP, não faltarão recursos para a habitação em 2009. São esperados quase R$ 30 bilhões provenientes da caderneta de poupança, mesmo montante deste ano. Já os valores do FGTS sobem de R$ 9 bilhões para R$ 17 bilhões.
A fartura de crédito deve-se não apenas aos incentivos governamentais como à segurança do sistema de financiamento. O comprador brasileiro é responsável e bom pagador, por isso tem dinheiro à disposição, como avalia Celso Petrucci. “O brasileiro, quando toma um empréstimo, paga uma entrada média de 40%. E quita em 12 anos um financiamento de 18. Enquanto isso, o americano pegava 120% de financiamento: adquiria o imóvel e ainda ficava com dinheiro para viajar e comprar carro.”

Nesses tempos de crise, o imóvel volta a ser encarado como um investimento que alia rentabilidade e segurança. “Tem gente que já está trocando o mercado de ações pelo imobiliário – e vai ganhar mais, sem correr riscos, nos próximos dez anos”, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio ( Embraesp ). Há uma demanda forte por imóveis para aluguel, o que representa uma oportunidade de ganhar dinheiro. Na opinião de José Roberto Federighi, vice-presidente de locação do Secovi-SP, tudo indica que em 2009 as locações terão ganho superior aos principais indicadores de preços.

Se por um lado o mercado prevê queda nos lançamentos, por outro aposta em uma maior racionalização do negócio. Vai focar em empreendimentos com maior valor agregado e preço bom, em regiões com maior demanda e menor concorrência. Tudo o que significa venda segura – em uma única palavra, liquidez. “Imóveis com valor de até R$ 350 mil, ou seja, enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), têm maior liquidez”, analisa Petrucci. Unidades de alto padrão, acima de R$ 800 mil, também estão valorizadas. “Tem muita gente procurando abrigo em ativos imobiliários.”


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fonte: Casa.com.br

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