segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mapa da Pobreza em Ribeirão Preto

Mapa da pobreza Porcentagem dos que se julgam pobres em Ribeirão está abaixo do índice oficial registrado no município.

Uma questão pessoal.

A porcentagem dos que se julgam pobres em Ribeirão Preto (8,77% da população) está abaixo do índice oficial de pobreza (11,75%) registrado na cidade, de acordo com o mapa divulgado na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município foi o 14º no ranking da pobreza estadual, com desigualdade (Índice de Gim) de 0,45 —a escala vai até 1— o pior índice que pode ser atingido— e os piores registros do tipo no Estado chegaram a 0,47.

Para criar o mapa foram utilizados dados do consumo mensal por habitante obtidos pelo cruzamento das informações do Censo 2000 com as médias das Pesquisas de Orçamento Familiares (POF) de 2002 e 2003. No Sudeste do País, foi considerado pobre quem, na área urbana, teve consumo médio inferior a R$ 149,78 por mês.

Já a opinião dos entrevistados sobre a própria condição de vida, o que calculou a porcentagem dos que se julgam pobres—considerado o índice subjetivo—, foi de R$ 131,54 para o consumo básico mensal. Para Viviane Kuintaes, analista de informação do IBGE, é preciso observar o mapa como um todo, pois são apresentados dois métodos distintos, que apresentam margem de erro. “O índice de pobreza é uma média matemática feita com dados oficias das cidades. O subjetivo foi calculado pelas respostas das pessoas de quantos elas achavam que deveriam consumir minimamente.”

O relatório apontou que a percepção de pobreza tem diferenças regionais e é afetada pela posição do entrevistado em relação aos demais indivíduos da comunidade.“A maior parte das regiões metropolitanas teve uma percepção de pobreza menor. O valor absoluto tem pressupostos, como um mínimo de consumo calórico mensal, que independem daquilo que você acha que é melhor para você. A idéia é ver a pobreza pelos dois âmbitos, pois os índices são complementares”, disse Isabel Cristina Martins Santos, economista do IBGE. O índice de indigentes (consumo urbano mensal abaixo de R$ 74,89) em Ribeirão ficou em 1,9%.

A desempregada Elisangela de Fátima, 26 anos, tem renda mensal de R$ 122, mas acha que há casos piores. “Onde moro todos tem as mesmas condições, mas tem gente que mora na rua, eu ao menos tenho casa”, disse Elisangela.

RIBEIRÃO

53,8 Mil é o total da população considerada pobre na cidade

Vergonha de aceitar condição

O sociólogo José dos Reis Santos Filho, docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, disse que o fato de o critério de pobreza subjetiva resultar de entrevistas individuais dá margem a diversas hipóteses. “Cada um tem um motivo particular. Mas a percepção pode indicar que há pessoas em situação de maior pobreza que a do entrevistado. Quem olha no entorno e vê pessoas em maior dificuldade não se vê como tão pobre”, disse o sociólogo.

A vergonha em se definir como pobre e a relatividade do critério escolhido pelos entrevistadores são outros pontos que podem ter interferido no resultado de Ribeirão Preto. “A pobreza é definida por um critério, mas quem responde ao questionário não tem essa referência”, afirmou Filho.

Já a assistente social da Prefeitura Cláudia Silveira Neto disse que essa percepção é uma questão cultural. “Como há muito paternalismo por parte do governo, as pessoas se acostumam com a pobreza, precisaríamos de uma reeducação”, disse Cláudia. (DC)

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fonte: Gazeta de Ribeirão

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