segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Primeiro prédio de Ribeirão Preto será totalmente restaurado

Preservação do patrimônio Primeiro prédio do Interior, Diederichsen ganha rica restauração.

Primeiro prédio construído em todo o interior do Estado, o edifício Diederichsen vai retomar suas caraterísticas originais e o charme da construção datada de 1936. Com o projeto de restauração ganhará notoriedade ao lado de edificações tão belas e famosas como o Pingüim, Theatro Pedro II e Hotel Palace.

Sob coordenação do arquiteto e membro do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac), Claudio Henrique Bauso, o trabalho iniciado em agosto deverá ser concluído na próxima semana. O projeto será apresentado à direção da Santa Casa, mantenedora do imóvel, que após aprovação inicia processo de captação dos recursos da ordem de R$ 500 mil para a execução das obras.

Cópias serão encaminhadas para aprovação junto ao Departamento de Fiscalização de Obras Públicas da Secretaria Municipal de Obras, Conppac e Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São (Condephaat).

Coordenado por Bauso, o levantamento para elaboração do projeto final teve inicio em agosto e conta com uma equipe de sete pessoas, sendo dois historiadores, uma advogada e quatro arquitetos. Além da recuperação de toda a fachada externa da edificação, o projeto contempla a padronização das janelas e venezianas, revisão elétrica, hidráulica, pintura interna, manutenção do piso em granilite, dos mármores, metais, lustres, entre outros itens.

Tombado pelo Condephaat em setembro de 2005, a construção com mais de 146 metros lineares e quatro mil metros quadrados de área construída abriga 118 salas comerciais, 63 apartamentos residenciais, entre outras dependências. “Totalmente reformado, em janeiro vamos inaugurar o Grande Hotel Diederichsen, que terá 47 modernos apartamentos no quinto andar”, antecipa José Spósito, administrador do imóvel e representante da Santa Casa.

Moradores e comerciantes aprovam a iniciativa e vêem com otimismo o processo de restauro do imóvel. O joalheiro Marcos Ferreira está com sua loja na área externa há 57 anos e acompanha cada detalhe do trabalho. “O dinamismo e a forma como o Spósito conduz sua gestão é admirável, pois ele está mudando e modernizando o prédio, sem que perca suas características originais.”

FRASE

“O prédio está sendo modernizado sem que perca suas características originais”

Marcos Ferreira Joalheiro

Parecer técnico é necessário

O presidente do Conppac, Gilberto Pinhata, está satisfeito com o andamento do projeto. “Além de conhecer o local estamos de acordo com os procedimentos e a forma como está sendo conduzido, respeitando as normas de preservação.” Pinhata disse ainda que assim que o projeto der entrada no conselho, será encaminhado para análise do Corpo Técnico de Apoio (CTA) e o parecer final deve sair dentro de 30 dias. “Uma vantagem foi a conscientização do locatário e o interesse em fazer um projeto que atenda a legislação”, diz ele.

De acordo com a assessoria de imprensa do Condephaat, o projeto precisa passar pela análise e aprovação do órgão.

Assim que o projeto der entrada, deve primeiramente passar pela área técnica da Unidade de Proteção ao Patrimônio Histórico (UPPH) para só então ser submetido ao órgão. (RR)

Morador não liga para espera

Dentista aposentado, João Corrêa, 80 anos, mora há dez anos no quarto andar do edifício Diederichsen e é um apaixonado confesso pela construção. “Os outros prédios históricos da região que me desculpem, mas o Diederichsen é o mais importante marco de desenvolvimento da região e é o que tem de mais bonito em Ribeirão.”

Corrêa disse ter outras casas, mas que em nenhuma delas encontrou a segurança e a tranqüilidade do prédio onde foi montada a primeira choperia Pingüim da cidade. O aposentado sabe de cor quantas lojas, salas comerciais e apartamentos estão distribuídos pelo multiplano e conta com carinho a vida do responsável pelo projeto.

“É um edifício eterno. Depois de reformado, vai ficar uma beleza. Demora porque é um local tombado, mas os conselhos têm razão de exigir muito, não é um lugar para restaurar de qualquer jeito.”
(Danielle Castro)

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fonte: Gazeta de Ribeirão / ROSE RUBINI

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