domingo, 22 de fevereiro de 2009

Quando a Folia Pesa no Bolso

Carnaval com cautela Produtos dessa época do ano embutem 40% de impostos

Por trás da festa e da diversão, o Carnaval esconde um inimigo pesado dos consumidores brasileiros: os impostos. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento tributário (IBPT), a maioria dos produtos consumidos durante o feriado —como fantasias, instrumentos musicais, bebidas e confetes— possuiu uma carga média de tributos que representa 40% de seu preço total.

A campeã de tributação, segundo o IBPT, é a cerveja. Tanto a lata quanto a garrafa tem uma incidência de impostos de 54,8%. “A cerveja tem uma tributação mais alta porque é considerada pelo legislador como um produto supérfluo e, além de tudo, que causa malefícios”, disse o diretor técnico do IBPT, João Eloi Olenike. Outras bebidas, também consideradas supérfluas, como o refrigerante, tem carga tributária de até 46%. A água mineral, porém, considerada um produto necessário, tem uma incidência de impostos 44%.

Depois da cerveja, o colar havaiano é o item mais tributado no Carnaval, com índice de impostos de 46% no preço total. “Mesmo sendo produtos considerados desnecessários, a tributação incidente é absurda e desnecessária”, disse o economista João Marino. A menor carga de impostos foi observada nas fantasias, de 33,9%.

A pesquisa do IBPT considerou vários tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) vigente no estado de São Paulo, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social (PIS), o Imposto de Renda e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). De acordo com Olenike, um dos principais problemas do regime tributário brasileiro é que o consumidor desconhece o quanto paga em impostos. “O governo não tem essa transparência. Não há discriminação sobre os tributos que estão sendo cobrados na embalagem.”

Segundo o diretor, como a maior parte da população não tem consciência da quantidade de tributos que paga, não há como pressionar o governo e reivindicar mudanças no sistema. “O objetivo do nosso estudo é conscientizar a população para que seja cobrada uma melhor destinação para essas verbas”, disse Olenike.

Valor pago não ‘volta’, diz analista

Além do peso no bolso e do desconhecimento, os consumidores brasileiros enfrentam outro problema com a alta carga tributária brasileira, a falta de retorno em serviços públicos de qualidade. “A população não recebe em troca do governo a quantidade de tributos que estão embutidos nos produtos”, disse o economista José Rita Moreira.

Mas, para muitos consumidores, o impacto dos tributos passa desapercebido durante as compras. “Na realidade, as pessoas não têm muita saída, pois os impostos estão lá e elas têm de comprar os produtos”, disse o disse o diretor técnico do IBPT, João Eloi Olenike. E as vendas de produtos para o Carnaval também não devem ser afetadas. “Com o Carnaval não tem nem crise, estou vendendo muito bem este ano”, disse o comerciante Alaor Partata, dono de uma loja de produtos carnavalescos em Ribeirão Preto.

O operador de telemarketing Roberto Ferreira Barbosa Jún
ior, 19 anos, disse que não sente o peso no valor dos produtos causado pelos tributos. “Acho que os preços n
este ano estão até razoáveis.” Já para a professora Mariana Luz Almeda, 38, os preços dos produtos de C
arnaval poderiam ser mais em conta. “O confete e a serpentina, por exemplo, poderiam ser muito mais baratos se não fossem os impostos que a gente paga em cima.

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fonte: Gazeta Ribeirao

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