domingo, 8 de março de 2009

Mercado feminino : Mulheres evoluíram e ganham mais que o homens em diversos setores, mas ainda têm obstáculos

Elas estão quase lá

Uma mistura de fatores econômicos e sociais fez com que as mulheres brasileiras aumentassem significativamente sua participação na força de trabalho nos últimos 25 anos. Em Ribeirão, elas ocupam 42% das vagas no mercado, e em alguns setores de atividade, chegam a ganhar até 14% a mais que os homens, segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Mas, de acordo com especialistas, as mulheres ainda enfrentam obstáculos para avancem em suas carreiras.

“Elas já evoluíram muito, mas ainda não chegaram lá”, disse Renato Grinberg especialista em mercado de trabalho e diretor geral de uma plataforma de empregos na internet. Uma prova da evolução feminina em Ribeirão é a variação salarial que elas tiveram em sete anos, de R$ 57%. Os homens tiveram aumento de 53% de 2000 a 2007, segundo o MTE.

Mesmo com o aumento mais favorável para elas, eles ainda ganham 15% a mais. A média salarial dos homens em Ribeirão é de R$ 1,4 mil, já a das mulheres é de R$ 1,2 mil. “Ainda existem algumas barreiras sociais que impedem o crescimento salarial da mulher, como por exemplo, o maior comprometimento com a família.”

Segundo Luiz Guilherme Scorzafave, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão (Fearp-USP) e especialista em economia do trabalho, a média salarial da mulher em Ribeirão é melhor do que a média nacional, no País elas ganham até 34% a menos, mas ainda é preciso crescer. “Em geral, o grau de escolaridade da mulher é mais alto, por isso a questão salarial ainda tende a melhorar.”

Para os especialistas, homens e mulheres podem desenvolver as mesmas funções dentro de empresas, mas, existem características específicas que podem fazer a mulher se destacar. “Flexibilidade, paciência, e até mesmo a intuição, garantem, resultados positivos para a mulher”, disse Grinberg.

“As diferenças de aptidões geram até o aumento na média salarial”, disse Scorzafave. É o caso da construção civil, em Ribeirão, em média elas ganham R$ 1 mil, 14% maior do que a dos homens.

ESPAÇO

Mulheres são 42% no mercado

68,7 mil É o total de vagas ocupadas por mulheres no mercado de RP em dezembro de 2007

Atividades são específicas

Em razão das diferentes características e habilidades, as mulheres acabaram ganhando mais espaço em certas atividades econômicas. Em Ribeirão, elas são maioria no setor de serviços, e ocupam 51% das vagas disponíveis, segundo levantamento do MTE. O ramo da educação é um exemplo de predominância do trabalho feminino. A irmã Adair Sberga, 45 anos, diretora do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Ribeirão, acredita que, por causa das aptidões homens e mulheres se completam também no mercado de trabalho. “Em geral, homens possuem mais habilidade com números e raciocínio, já as mulheres são mais sensíveis e maternais, por isso se destacam na educação.” (RS)

Elas ganham 14% a mais

A boa remuneração das mulheres no setor de construção civil em Ribeirão, 14% a mais do que os homens, é mais um indicador da força feminina no mercado de trabalho. Mas, segundo o economista a Fearp-USP Luiz Guilherme Scorzafave, a maior média salarial é explicada pelos cargos ocupados no setor. “Normalmente, na construção civil, as mulheres ocupam cargos que exigem uma qualificação e têm salários mais altos.” Segundo Scorzafave, o que puxa a média salarial dos homens para a baixo é que a maioria dos cargos que têm menor remuneração são ocupados por eles. “Como pedreiros, dificilmente se vê mulheres nessas colocações.” A arquiteta Juliana Chodraui, 27 anos, é a única mulher entre seis homens no escritório da incorporadora ribeirão-pretana Bild Desenvolvimento Imobiliário. “Nunca senti preconceito no meu ambiente de trabalho, pelo contrário, como sou a única mulher, os meninos falam que sou o ‘termômetro’ da empresa e dou o toque feminino”, disse. Mas o reconhecimento exige postura, segundo Juliana. “Quando chega em uma obra, a mulher tem de se colocar, se impor, porque ainda existem algumas brincadeiras.”


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fonte: Gazeta de Ribeirão

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