Beneficência Portuguesa vai receber R$ 200 mil por mês dos cofres públicos municipais para dobrar o número de leitos em seu Pronto-Atendimento (PA). O repasse foi firmado ontem, durante reunião entre o secretário de Governo Paulo Saquy, a secretária da Saúde Carla Palhares e o diretor do hospital José Victor Nonino.
A medida visa melhorar o déficit de vagas nos hospitais de Ribeirão e desafogar o número de pacientes nas unidades de saúde. Atualmente a Beneficência tem seis leitos no PA, número que deve dobrar a partir da próxima semana.
“Com este aporte financeiro que o hospital vai receber, pretendemos amenizar em 85% o problema de falta de vagas nos pronto-atendimentos de Ribeirão. Não estamos dizendo que vamos acabar com o problema, e sim minimizá-lo”, disse Saquy.
A Santa Casa também poderá receber repasse da prefeitura, que deve se reunir amanhã com a direção do hospital. Segundo Carla Palhares, ainda não foi definido o valor, mas a ideia é ampliar os atuais 11 leitos do PA para 20.
“O total geral de leitos do SUS para a prefeitura atualmente é de 358. O ideal seria aumentar mais 120 leitos”, disse Carla.Juntos, os dois hospitais atendem e internam pelo SUS uma média de 12,8 mil pacientes por mês.
No ano passado, cada um recebeu do Estado dez parcelas de R$ 420 mil. Neste ano, ambos terão que dividir esse mesmo valor. A prefeitura repassava em 2008 R$ 150 mil aos hospitais.
“Com esses R$ 200 mil do município, acredito que poderemos equilibrar as despesas e receitas.
Até temos leitos no hospital, mas não no PA, e isso impede que os pacientes das unidades de saúde sejam transferidos para cá”, disse Nonino.A secretária da Saúde afirma que para resolver o problema seria necessária a construção de um novo hospital em Ribeirão.
“Neste final de semana a enfermaria do Hospital das Clínicas ficou com 120% da ocupação. Precisamos de um novo hospital”.Postinho tem maca de tijolo e até teto escoradoO déficit de vagas em hospitais de Ribeirão deixou ontem sete pacientes “internados” em unidades de saúde do município. No final de semana, este número chegou a 34 pacientes, sendo que em alguns casos a espera de vagas foi de até 80 horas.
A falta de estrutura na unidade também gerou reclamações de profissionais e pacientes. Macas quebradas sustentadas por pilha de tijolos, como na UBDS Castelo Branco, ou o teto escorado em uma sala, como na UBDS da Vila Virgínia, são alguns exemplos dos problemas encontrados nas unidades.
Segundo médicos e enfermeiros, a falta de vagas em hospitais acontece todos os dias, principalmente com pacientes psiquiátricos e idosos.“Gente mais velha dá mais despesa para os hospitais, por isso eles [hospitais] não disponibilizam vagas para esses pacientes”, disse uma enfermeira, que não quis se identificar.
A secretaria de Saúde, por meio da assessoria, afirmou que a sala da UBDS Vila Virgínia, que era utilizada para atender pacientes que fazem inalação, está interditada desde o início de mês passado por medida de segurança, pois há uma rachadura no teto.
O local deve ser reformado ainda neste mês.Saúde em númerosR$ 200 mil serão repassados mensalmente pela prefeitura à Beneficência PortuguesaHá 358 leitos na rede municipalSanta Casa e Beneficência Portuguesa atendem 12,8 mil pacientes por mêsA Beneficência tem 6 leitos no pronto-atendimento, mas a previsão é de passar para 12Santa Casa tem 11 leitos no pronto-atendimento e a prefeitura quer ampliá-los para 20
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fonte: EPTY
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