segunda-feira, 6 de abril de 2009

Instrução não evita fumo, diz estudo.Tese de mestrado da USP mostra ainda que jovens de classe média ignoram orientações.


Descobrir os valores e as crenças que levam os jovens ao vício do tabaco e a baixa eficácia dos instrumentos jurídicos e educacionais para evitar que esses adolescentes fumem foram os principais objetivos e conclusões de um trabalho da USP de Ribeirão Preto que acaba de virar livro.

Com o mesmo título da tese de mestrado que deu origem à publicação —Tabagismo: Uma Busca da Subjetividade no Uso da Droga Permitida—, de Renata Carone Sborgia, tem previsão de lançamento ainda para o primeiro semestre de 2009 pela Editora Pensata, do Rio de Janeiro.

O trabalho, desenvolvido em 2005 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão, consistiu em entrevistar 65 jovens de 14 a 19 anos, estudantes de uma escola particular e jovens de classe média alta.

“Subentende-se que os adolescentes das escolas particulares têm mais acesso à informação e estão cientes de todos os riscos que o cigarro traz”, disse Renata.

Segundo a autora, as placas que proíbem fumar em determinados locais, as instruções dadas por professores em sala de aula e os conhecimentos da medicina sobre o assunto não atingem os jovens.

Entre as constatações da pesquisa, dados preocupantes.

Durante as entrevistas, 65% dos jovens disseram que ver outras pessoas fumando pode induzir a fumar. Outros 63% dos entrevistados disseram que não sabem como começaram a fumar.

Renata defende mudanças na abordagem médica, educacional e judicial sobre o tema para tentar evitar que mais jovens comecem com o hábito.

Hábito que Raquel (nome fictício), 16 anos, adquiriu há dois anos e não se preocupou em abandonar. Ela disse que começou a fumar porque via os primos e amigos consumindo a droga em festas, e decidiu experimentar.

“Meus pais recriminam, mas pensam que eu parei”, disse a jovem, que consome um maço por dia. Ela disse que conhece todos os problemas que o cigarro pode trazer, mas que não se preocupa com isso no momento.

“O professor até fala na sala de aula, mas é tudo coisa que a gente já sabe.”




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fonte: Gazeta de Ribeirão

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