quarta-feira, 1 de abril de 2009

PROFISSÃO EM ALTA: Mercado em expansão Especialistas em qualidade e segurança industrial têm espaço.

Ensaios Não-Destrutivos (END) são técnicas de inspeção usadas para garantir a qualidade e a segurança de indústrias petrolíferas, químicas, siderúrgicas, nuclear, papel e celulose, entre outras. Os chamados profissionais de END são responsáveis por constatar a qualidade de pontes, viadutos e a segurança de estruturas como aviões e navios. Mesmo sendo uma área tão importante em alguns setores da indústria, a profissão ainda permanece desconhecida do grande público, mesmo diante da perspectiva de expansão do mercado.

A Associação Brasileira de Ensaios Não-Destrutivos (Abende) fez uma pesquisa com profissionais de nível técnico do setor e constatou que 40% deles já ganham até dez salários mínimos. A avaliação do presidente da entidade, João Rufino, é de que o mercado atual tem capacidade de absorver até 1,4 mil profissionais por ano. “Trata-se de um mercado de trabalho em expansão, que necessita de profissionalização. As empresas buscam profissionais certificados, pois essa é a garantia de qualificação”, aponta.

O perfil atual dos técnicos em END é de profissionais jovens — 86% deles têm entre 26 e 30 anos — e que atuam em grandes empresas, em especial na área automobilística, aviação e petrolíferas. “A maior necessidade deste mercado é a de qualificação. As empresas exigem que os técnicos de END sejam certificados como garantia de qualidade. Neste aspecto, vale lembrar, que as escolas técnicas têm papel fundamental também na divulgação desta carreira para que novos profissionais de END cheguem ao mercado”, pondera.

O Cetril é um dos principais centros de treinamento e desenvolvimento na área. Para o diretor da instituição, Akira Sakamoto, existe carência de profissionais qualificados no Brasil, mas, mesmo assim, a procura pelos cursos não corresponde à demanda por profissionais. “É uma área ainda desconhecida do grande público. Mas as técnicas de END são utilizadas por grandes indústrias e as pessoas nem têm conhecimento”, destaca.

Na opinião de Sakamoto, a presença de profissionais de END deveria se estender por um número maior de empresas. “Qualquer companhia que possui materiais de alto nível e com certa periculosidade precisam desse tipo de profissional. Até um motel, que tem um caldeirão para lavar as roupas de banho e de cama necessitaria de um técnico de inspeção, mas não é isso que acontece”, afirma.

CURSO. De acordo com o site da Cetril, a instituição oferece 15 cursos de END em áreas diversificadas. O diploma é válido como curso técnico e a carga horária varia conforme o grau de complexidade, como inspetor de ensaio com líquido penetrante, com 64 horas de carga horária e inspeção de equipamentos com mais de 900 horas/ aula. “É bom lembrar que depois do curso, o candidato deve passar por um exame de qualificação para obter a certificação necessária para atuar na área”, salienta.

Unicamp já possui grupos

Dentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem dois grupos de estudo que trabalham com Ensaios Não-Destrutivos (END), um vinculado à Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e outro à Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM). Os grupos utilizam o Laboratório de END, situado no prédio da Feagri e onde são desenvolvidas pesquisas com as técnicas de END aplicadas a materiais como madeira, concreto e metais.

A professora Raquel Gonçalves, coordenadora do grupo de pesquisa do Feagri, explica que o grupo é composto por 12 alunos, com pesquisas em diversos níveis, que vão da iniciação científica ao pós-doutorado. “É uma área que está em expansão e que ainda tem muito a crescer. Acredito que em breve técnicas vão expandir para áreas que ainda não são usadas, como na engenharia florestal, em que será possível avaliar a qualidade da madeira antes mesmo de derrubar a árvore”, assinala.

De acordo com a professora, existe a expectativa é de que um curso de extensão na área seja programado para o segundo semestre, dando oportunidades para pessoas de fora da comunidade universitária se matricularem. “Ainda não está certo, mas é bem provável que o curso seja oferecido pelo Extecamp”, adianta.


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fonte: Gazeta de Ribeirão

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